Como fazer os pequenos aprenderem a gostar dos “verdinhos” admin-prontobaby outubro 7, 2019

Como fazer os pequenos aprenderem a gostar dos “verdinhos”

Entre os alimentos saudáveis essenciais na alimentação das crianças estão as verduras e os legumes. Mas, para desespero dos pais, quase sempre os “verdinhos” sobram no prato. Parte da culpa é atribuída à publicidade agressiva da indústria alimentícia que sabe como embalar seus produtos para atrair os pequenos, que deixam facilmente a cenoura e a beterraba de lado para comerem a bala e o chocolate.

Os pais não devem desanimar: persistir com frutas, verduras e legumes é fundamental para criar um paladar para comidas mais naturais e frescas. As crianças que, infelizmente, seguem com uma alimentação baseada em alimentos refinados, geralmente açucarados, têm grande chance de engrossar a atual estatística de obesidade.

Hoje, cerca de 41 milhões de crianças menores de 5 anos no mundo apresentam excesso de peso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse é apenas uma parte do problema. Uma alimentação rica em itens refinados (pão branco, massa instantânea, bolo pronto, biscoitos recheados, sucos adoçados, chocolate, bala) acarreta vários outros prejuízos ao longo da vida. “Além de obesidade, a continuidade no consumo de muito açúcar e poucas fibras aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, gordura no fígado e alguns tipos de câncer”, alerta a nutricionista Paula Tuffy, do grupo Prontobaby.

Vegetarianos e Onívoros

Não importa a linha alimentar. O estímulo para o consumo de verduras e legumes é fundamental para que sobre menos espaço para os alimentos ultraprocessados no prato das crianças. Mas como fazer para que elas gostem de comer certo? “A melhor forma é os pais comerem certo também e, assim, criarem o mesmo interesse nos filhos. “O exemplo deve vir de casa”, diz Patrícia.

Mais importante que montar um prato divertido, com o formato de carinha, é os pais criarem momentos tranquilos na hora da refeição. E nunca deixar que as crianças percebam a expectativa de que elas comam tudo.

De vez em quando, tudo bem apresentar os alimentos de maneira lúdica: formar uma carinha ou uma casinha com as verduras e os legumes; ou servir os brócolis de pé no prato – geralmente as crianças adoram imaginar que são gigantes comendo árvores de brócolis. Porém, o que mais funciona a longo prazo é deixá-las livres para explorarem os alimentos, sentir as diferentes texturas e sabores, sem a preocupação para que raspem o prato. “Quando percebe a expectativa dos pais para que comam tudo, as crianças podem fechar a boca para chamar a atenção, muitas vezes de maneira inconsciente”, explica a nutricionista materno infantil, especialista em introdução alimentar, Carolina Albuquerque, da clínica Espaço Médico Descomplicado, em São Paulo.

Oferecer os alimentos misturados, na forma de papa, por exemplo, também não é recomendado, principalmente na introdução alimentar, por volta dos seis meses. “Nessa fase, o paladar da criança é uma folha em branco. Os pais devem aproveitar para ajudá-la a desenvolver o paladar para os alimentos mais saudáveis”, diz Carolina. Mas isso deve ser feito aos poucos. “O ideal é apresentar um alimento de cada vez.” Comece com uma cenoura cozida e apenas amassada com o garfo. Mesmo na introdução alimentar o alimento não deve ser liquidificado ou peneirado. Faça isso mesmo que depois ele de misture a outros alimentos.

E nada de monotonia. “Mesmo na introdução alimentar deve haver variedade (ofereça diferentes alimentos na mesma refeição) e uma boa apresentação para despertar a curiosidade e o interesse da criança”, completa Carolina. Se algum alimento for recusado, ele deve ser oferecido novamente num outro momento. Quase sempre as crianças acabam aceitando numa segunda ou terceira vez. O importante é não desistir. Estudos comprovam que para dizer que a criança “não gosta” de um determinado alimento, deve ser oferecido mais de 15 vezes em diferentes formas de preparo. Ah, e esqueça aquela velha estratégia de prometer sobremesa como prêmio se a criança comer a couve-flor. Isso pode atrapalhar a relação dela com a comida, além de transformar as refeições em momentos tensos, quando deve ser justamente o contrário.

Brincar com comida, pode sim

Deixar as crianças maiores participarem do preparo das refeições é uma boa maneira de integrá-las ao processo e, com isso, despertar para o prazer de comer a comida que “elas mesmas fizeram”. Escale-as para as tarefas simples e seguras, como pegar os legumes na geladeira, ajudar a lavar as verduras ou acrescentar alguns ingredientes na panela.

Outra dica é fazer pratos atrativos para deixar a refeição lúdica. Mas não todos os dias (lembra?). Monte o prato com personagens que as crianças curtem ou use a imaginação para criar algo novo. Nem é preciso muita habilidade culinária ou artística, basta usar a criatividade e, se preciso, voltar a ser criança também. Confira algumas dicas:

– A natureza tem todas as cores e tons. Nada impede de o suco de couve com limão e gengibre se tornar o suco do Hulk ou que aqueles bolinhos de beterraba assados sejam chamados de  bolinhos especiais da Moranguinho.

– Os legumes e as verduras podem compor personagens ou serem apresentados em formatos divertidos. Seu filho não gosta de brócolis? Coloque os floretes de pé no prato, como se fossem árvores – geralmente as crianças adoram imaginar que são gigantes comendo árvores de brócolis.

– Pesquise sites com “comida divertida” e saudável para inspirar suas criações. Existem várias ideias, desde as mais fáceis às mais elaboradas.

Fonte: VegMag

 

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