De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 13% dos meninos público alvo da campanha de vacinação contra o HPV tomaram a segunda dose da vacina. A imunização conta o vírus só está completa após o reforço, que deve ocorrer seis meses depois da primeira aplicação. A cobertura vacinal entre as meninas é de 41,8%.
— Esta é uma vacina que sofre muito preconceito por proteger as pessoas contra uma DST. Mas, a partir do momento que se inicia a vida sexual, qualquer pessoa está exposta. É preciso aproveitar, porque esta vacina é cara e está sendo oferecida gratuitamente — afirma Alberto Chebabo, infectologista e gerente médico do laboratório Lâmina.
Parte da população critica a idade das crianças que são vacinadas contra o HPV, alegando que há um incentivo para o sexo precoce por causa da proteção que as duas doses garantem. Mas, de acordo com Chebabo, esta é a melhor fase para se vacinar:
— Este é o período de melhor resposta da vacina. O ideal é que a vacinação seja feita anos antes do início da vida sexual e por isso vacinamos pré-adolescentes e adolescentes.
A principal doença causada pelo HPV é o câncer de útero (apenas nas mulheres). Mas nos homens, ela pode ser responsável por cânceres no pênis e no ânus. O principal sintoma é o aparecimento de verrugas na região genital.
— A prevenção dos meninos no início da adolescência visa a evitar a contaminação, uma vez que o vírus pode ficar latente no organismo a vida toda — diz a infectologista pediátrica Priscila Sillero, do Prontobaby.
Detalhes
Público alvo
Meninos de 11 a 14 anos são o público alvo da nova campanha. Meninas de 9 a 14 anos também devem se vacinar.
Onde se vacinar
Em qualquer unidade de saúde, como postos de saúde e clínicas da família. É preciso levar a carteirinha de vacinação.
Nova campanha
O Ministério da Saúde lançou uma nova campanha sobre a vacinação e pretende imunizar 20 milhões de adolescentes este ano.
Dados no rio
No estado do Rio, a cobertura vacinal é pior. Apenas 11,6% dos meninos tomaram a segunda dose da vacina, contra 39,8% das meninas.
Link original | Por Evelin Azevedo para Jornal Extra, com colaboração de Priscila Sillero, infectologista pediátrica | 19/09/18