Falar sobre sexo com os filhos pode ser desconfortável tanto para os pequenos, quanto para os adultos. Isto acontece porque ainda temos inúmeras barreiras culturais quando o assunto é sexualidade. Entretanto, é importante manter crianças e adolescentes informados sobre o tema.
Segundo a psicóloga Adriana de Araújo, o sexo e suas variáveis irão despertar curiosidade nos jovens naturalmente. Portanto, orientar os filhos de modo preventivo pode ser uma grande ferramenta para que eles ganhem amadurecimento emocional acerca do assunto.
Muitas vezes a internet pode ser a primeira a tocar no assunto, mas com informações equivocadas. Portanto, a psicóloga do Prontobaby Adriana Cabana aconselha que os pais acompanhem as descobertas dos pequenos, fornecendo informações de acordo com suas idades e fases de vida.
Falando sobre sexo com seu filho de até 3 anos
A primeira infância envolve os pequenos de 0 a 3 anos. Para Adriana Cabana, não existem regras sobre quando falar de sexo com os filhos. Entretanto, nesta idade, os pequenos ainda não possuem maturidade para entender o processo de reprodução.
Sendo assim, a psicóloga recomenda que os pais utilizem metáforas (como a da sementinha ou cegonha) para saciar a curiosidade momentâneamente. O interesse pelo assunto nessa idade pode surgir principalmente com crianças que acompanham a gestação de seus irmãos mais novos.
Falando sobre sexo com seu filho de 3 a 6 anos
A segunda infância envolve os pequenos de 3 a 6 anos. Segundo Adriana de Araújo, as informações sobre questões sexuais devem ser abordadas de acordo com o nível de conhecimento das crianças.
“Usar comparações e evitar mentiras também ajuda a introduzir o tema, para que a criança possa receber explicações mais amplas no futuro”, afirma a especialista. Para Adriana Cabana, é aconselhável que os pais esperem os pequenos perguntarem, fornecendo explicações sobre o assunto apenas quando houver curiosidade.
Falando sobre sexo com seu filho de 6 a 12 anos
A terceira infância envolve os pequenos de 6 a 12 anos. Nesta fase, as crianças já possuem aulas sobre o assunto em suas escolas. Dessa forma, fica mais fácil para os pais abordar o assunto.
Durante este período, Adriana Cabana afirma que os pais devem preferir falar sobre sexo com os filhos de maneira mais científica, com termos e explicações literais, isto é, sem o uso de metáforas.
Falando sobre sexo com adolescentes
“Com os adolescentes, a discussão será mais próxima do que os adultos entendem sobre o assunto”, diz Adriana Cabana. Para a especialista, as explicações nesta fase devem ter um caráter preventivo, para que os filhos possam estar em alerta sobre a possibilidade de contrair doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada.
Crianças que convivem com familiares que possuem algum tipo de doença sexualmente transmissível também devem receber orientações sobre o tema. “Nestes casos, são necessários maiores cuidados dentro de casa, a fim de evitar contaminações. Portanto, os pais podem dar os primeiros passos em direção ao assunto, usando metáforas para ressaltar a importância da atenção acerca das ISTs”, afirma Adriana de Araújo.
Segundo a psicóloga, não existem malefícios em falar sobre sexo com os filhos. ?Com exceção de crianças que vivenciaram algum tipo de trauma, é saudável discutir o tema dentro de casa?, explica.
Orientando os filhos sobre a puberdade
A psicóloga Adriana de Araújo afirma que os filhos podem receber orientações sobre a puberdade antes ou durante o processo, como uma forma de alerta conveniente. “O assunto também é retratado naturalmente entre colegas de escola. Por isso, é importante que os pais elucidem o tema aos filhos”, afirma.
A especialista também reitera a relevância do apoio médico, já que a puberdade envolve mudanças de humor, mente e corpo.
Orientando as crianças sobre a gravidez
Segundo Adriana de Araújo, frases comparativas como “É como se fosse” podem facilitar a elucidação do assunto. “Livros, cursos e conteúdos construídos por profissionais podem facilitar a explicação do processo de gravidez para os pais, que às vezes não sabem a melhor maneira de tirar as dúvidas das crianças”, explica.
Orientando os adolescentes sobre a pornografia
A pornografia deve ser um tema discutido com transparência entre pais e filhos. “Deixar o tabu de lado é a melhor solução”, alerta Adriana Cabana. Segundo a especialista, conversar evita que os jovens tenham uma relação problemática com o conteúdo, que pode ser usado para mascarar transtornos de personalidade.
Explicando diferenças entre gêneros com os filhos
Segundo Adriana Cabana, famílias heteroafetivas e homoafetivas devem explicar as diferenças de sexo a partir de um ponto de vista anatômico, sem emitir juízos pejorativos sobre os gêneros.
“Homens e mulheres são anatomicamente diferentes, mas igualmente importantes para a sociedade, com o mesmo valor”, ressalta a psicóloga. Considerar as singularidades das crianças também é importante, sempre visando que elas respeitem a todos.
Por que falar sobre sexo com os filhos?
“Jovens que não tiveram nenhum tipo de orientação sexual correm mais riscos de engravidar ou contrair ISTs precocemente”, alerta Adriana Cabana. Para a psicóloga, a informação é sempre a melhor educação.
Por mais que a escola tenha um grande papel na educação de nossos filhos, não devemos colocar toda a responsabilidade nela. Esforçar-se para conversar sobre estes assuntos com os pequenos em casa também é imprescindível.
Sentindo-se confortável em abordar o assunto com os filhos
Uma das maiores barreiras entre pais e filhos no momento de discutir sexo é o tabu. “Muitos pais não receberam educação sexual, e portanto, sentem-se limitados em ensinar sem um modelo a seguir”, explica Adriana de Araújo.
Entretanto, por meio de leituras, cursos e até mesmo processos psicoterapêuticos, é possível vencer esta barreira. Adriana Cabana frisa que, a partir do momento que percebemos que a informação é primordial para uma vida segura, conseguimos abordar o assunto com maior facilidade.
Fonte: minhavida.com