Dados mostram crescimento nas hospitalizações por quedas, queimaduras e afogamentos; especialistas alertam que 90% dos casos poderiam ser prevenidos
Em 2024, 456 crianças e adolescentes de zero a 19 anos perderam a vida em acidentes domésticos no Brasil, de acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. As principais causas foram sufocamentos (213 registros), afogamentos (104), choques elétricos (33), quedas (29) e exposição a fogo ou fumaça (23).
As mortes confirmam uma tendência já apontada pelo DataSUS em levantamentos anteriores: os acidentes continuam sendo a principal causa de agravos à saúde de crianças entre 1 e 14 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Em 2023, o Brasil registrou 119.245 internações de crianças e adolescentes por lesões não intencionais, quase 8% a mais que no ano anterior e o maior número desde 2019, segundo análise da Aldeias Infantis SOS.
O estudo, feito pelo Instituto Bem Cuidar, detalha que quedas concentraram 45% das hospitalizações, seguidas por queimaduras (20%) e acidentes de trânsito (10%). Afogamentos e sufocações apresentaram as maiores variações de alta, com crescimento de 76% e 52% na faixa de 1 a 4 anos, respectivamente. No total, a cada hora, cerca de 13 crianças são internadas por acidentes que poderiam ser evitados em 90% dos casos.
“Temos a cultura equivocada de acreditar que a casa é o lugar mais seguro, mas a verdade é que, para a criança, o lar pode esconder riscos em cada canto. A curiosidade natural da infância, aliada à falta de supervisão em alguns momentos, e à ausência de medidas simples de prevenção transformam pequenos descuidos em situações graves. Ainda existe, infelizmente, a ideia de que acidentes ‘fazem parte da infância’, o que banaliza riscos sérios”, alerta o pediatra Leonardo Soares, coordenador médico do Prontobaby Hospital da Criança.
O pediatra lembra que os principais acidentes dentro de casa seguem um padrão preocupante: “Quedas (de camas, escadas, móveis), queimaduras (com líquidos quentes, ferro, fogão), intoxicações (medicamentos, produtos de limpeza), sufocamentos (com alimentos, sacos plásticos, brinquedos pequenos) e afogamentos (em baldes, banheiras e piscinas)”.
A faixa etária mais vulnerável é a das crianças entre 1 e 5 anos. “Porque já se movimentam com independência, mas ainda não têm noção de perigo. Nesta fase, sobem em móveis, exploram ambientes e levam objetos à boca”, explica Soares. Entre os menores de um ano, o alerta é redobrado: “Nunca deixar o bebê sozinho em superfícies altas. Evitar uso de travesseiros, cobertores soltos e brinquedos pequenos no berço. Não oferecer alimentos inadequados para a idade (alto risco de engasgo). Redobrar a atenção na hora do banho, alguns segundos de distração já podem causar afogamento.”
Segundo ele, fatores simples transformam o ambiente doméstico em um espaço arriscado: “Falta de barreiras físicas (grades, travas, protetores de tomadas); produtos tóxicos guardados ao alcance; móveis instáveis; água parada em baldes e caixas d’água destampadas; supervisão inadequada em momentos críticos (hora do banho, hora das refeições, cozinha em uso)”.
Sobre as medidas de prevenção, Soares destaca que não há segredo: “Instalar grades em janelas e escadas. Guardar produtos de limpeza e medicamentos em armários trancados. Nunca deixar a criança sozinha na cozinha ou próxima a fogões. Supervisão constante em ambientes com água (piscinas, banheiras, baldes).” Para os mais velhos, acrescenta: “Orientar sobre riscos de eletricidade e gás. Ensinar a importância do uso de equipamentos de proteção (capacete, joelheira) em esportes. Restringir acesso a produtos perigosos, mesmo para os maiores. Estimular diálogo e consciência sobre segurança.”
O médico reforça que um dos grandes erros dos responsáveis é subestimar a rapidez dos acidentes. “Muitas vezes acreditam que ‘só um minutinho’ de distração não faz diferença, mas para uma criança, segundos são suficientes para um acidente grave.”
Na visão de Soares, a informação pode salvar vidas: “Campanhas educativas, orientação nos consultórios pediátricos e a divulgação de dados reais ajudam os pais a perceber que acidentes não são ‘fatalidades’, mas sim eventos preveníveis.” E conclui: “No Prontobaby, lidamos diariamente com casos de acidentes domésticos. Nosso objetivo, além de prestar o atendimento de urgência, é orientar as famílias para que esse tipo de situação não se repita. A prevenção é sempre o melhor tratamento”.
Sobre o Grupo Prontobaby:
O Grupo Prontobaby é responsável pelo maior número de atendimentos pediátricos de emergência, cirurgias e internações da rede privada de todo o Estado do Rio de Janeiro e conta com as seguintes unidades: ProntoBaby – Hospital da Criança, Centro Pediátrico da Lagoa, ProntoBaby Méier, ProntoBaby Leopoldina, Instituto de Especialidades Pediátricas – IEP, HomeBaby – Atenção Domiciliar e Clínica Pediátrica da Barra.
Autora:
Maria M. Figueiredo
Fonte:
- Jornal Tribuna – https://jornaltribuna.com.br/2025/09/acidentes-domesticos-sao-a-principal-causa-de-internacoes-infantis-no-brasil-o-que-ainda-precisa-mudar/
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