Acidentes domésticos são a principal causa de internações infantis no Brasil: o que precisa mudar? stella-monada setembro 16, 2025

Acidentes domésticos são a principal causa de internações infantis no Brasil: o que precisa mudar?

Dados mostram crescimento nas hospitalizações por quedas, queimaduras e afogamentos; especialistas alertam que 90% dos casos poderiam ser prevenidos

Em 2024, 456 crianças e adolescentes de zero a 19 anos perderam a vida em acidentes domésticos no Brasil, de acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. As principais causas foram sufocamentos (213 registros), afogamentos (104), choques elétricos (33), quedas (29) e exposição a fogo ou fumaça (23).

As mortes confirmam uma tendência já apontada pelo DataSUS em levantamentos anteriores: os acidentes continuam sendo a principal causa de agravos à saúde de crianças entre 1 e 14 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Em 2023, o Brasil registrou 119.245 internações de crianças e adolescentes por lesões não intencionais, quase 8% a mais que no ano anterior e o maior número desde 2019, segundo análise da Aldeias Infantis SOS.

O estudo, feito pelo Instituto Bem Cuidar, detalha que quedas concentraram 45% das hospitalizações, seguidas por queimaduras (20%) e acidentes de trânsito (10%). Afogamentos e sufocação apresentaram as maiores variações de alta, com crescimento de 76% e 52% na faixa de 1 a 4 anos, respectivamente. No total, a cada hora, cerca de 13 crianças são internadas por acidentes que poderiam ser evitados em 90% dos casos.

“Temos a cultura equivocada de acreditar que a casa é o lugar mais seguro, mas a verdade é que, para a criança, o lar pode esconder riscos em cada canto. A curiosidade natural da infância, aliada à falta de supervisão em alguns momentos, e à ausência de medidas simples de prevenção transformam pequenos descuidos em situações graves. Ainda existe, infelizmente, a ideia de que acidentes ‘fazem parte da infância’, o que banaliza riscos sérios”, alerta o pediatra Leonardo Soares, coordenador médico do Prontobaby Hospital da Criança.

Segundo ele, os principais acidentes dentro de casa seguem um padrão preocupante: “Quedas (de camas, escadas, móveis), queimaduras (com líquidos quentes, ferro, fogão), intoxicações (medicamentos, produtos de limpeza), sufocamentos (com alimentos, sacos plásticos, brinquedos pequenos) e afogamentos (em baldes, banheiras e piscinas)”.

A faixa etária mais vulnerável é a das crianças entre 1 e 5 anos, “porque elas já se movimentam com independência, mas ainda não têm noção de perigo. Nesta fase, sobem em móveis, exploram ambientes e levam objetos à boca”, explica Soares. Entre os menores de um ano, o alerta é redobrado: “Nunca deixe o bebê sozinho em superfícies altas. Evite uso de travesseiros, cobertores soltos e brinquedos pequenos no berço. Não ofereça alimentos inadequados para a idade (alto risco de engasgo). Redobre a atenção na hora do banho: alguns segundos de distração já podem causar afogamento.”

Segundo o especialista, fatores simples transformam o ambiente doméstico em um espaço cheio de perigos: “Falta de barreiras físicas (grades, travas, protetores de tomadas); produtos tóxicos guardados ao alcance; móveis instáveis; água parada em baldes e caixas d’água destampadas; supervisão inadequada em momentos críticos (hora do banho, hora das refeições, cozinha em uso)” são alguns lembrados pelo pediatra.

Sobre as medidas de prevenção, Soares destaca que não há segredo: “Instale grades em janelas e escadas, e guarde produtos de limpeza e medicamentos em armários trancados. Nunca deixe a criança sozinha na cozinha ou próxima a fogões, e mantenha supervisão constante em ambientes com água (piscinas, banheiras, baldes).” Para as crianças mais velhas, ele acrescenta ser preciso sempre “orientar sobre os riscos de eletricidade e gás e ensinar a importância do uso de equipamentos de proteção (capacete, joelheira) em esportes é fundamental. Restrinja o acesso a produtos perigosos, mesmo para os maiores e sempre estimule o diálogo e a consciência sobre segurança”.

O médico reforça que um dos grandes erros dos responsáveis é subestimar a rapidez dos acidentes. “Muitas vezes acreditam que ‘só um minutinho’ de distração não faz diferença, mas em se tratando de uma criança, segundos são suficientes para um acidente grave.”

Na visão de Soares, a informação pode salvar vidas: “Campanhas educativas, orientação nos consultórios pediátricos e a divulgação de dados reais ajudam os pais a perceber que acidentes não são ‘fatalidades’, e sim eventos preveníveis.” E conclui: “No Prontobaby, lidamos diariamente com casos de acidentes domésticos. Nosso objetivo, além de prestar o atendimento de urgência, é orientar as famílias para que esse tipo de situação não se repita. A prevenção é sempre o melhor tratamento”.

 

Sobre o Grupo Prontobaby

O Grupo Prontobaby é responsável pelo maior número de atendimentos pediátricos de emergência, cirurgias e internações da rede privada de todo o Estado do Rio de Janeiro e conta com as seguintes unidades: ProntoBaby – Hospital da Criança, Centro Pediátrico da Lagoa, ProntoBaby Méier, ProntoBaby Leopoldina, Instituto de Especialidades Pediátricas – IEP, HomeBaby – Atenção Domiciliar e Clínica Pediátrica da Barra.

Autora:

Maria M. Figueiredo

Fonte:

  • Jornal Tribuna – https://jornaltribuna.com.br/2025/09/acidentes-domesticos-sao-a-principal-causa-de-internacoes-infantis-no-brasil-o-que-precisa-mudar/

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