A escola de medicina da Universidade de Zhejiang, na China, publicou um estudo que mostra que uma quantidade considerável dos profissionais da saúde que estão na linha de frente no combate à Covid-19 relatam sintomas de depressão, ansiedade, insônia e estresse. As condições são mais presentes em mulheres, mas homens também sofrem do estresse.
A psicóloga Adriana Cabana, da Prontobaby, afirma que o apoio familiar é fundamental para que o profissional da saúde se mantenha firme na linha de frente do combate à pandemia. “Além da pressão psicológica da rotina hospitalar, há o risco de contaminação e de levar a doença para casa”, afirma Cabana. “A família precisa entender e se adaptar à rotina desse profissional, evitando que ele sinta-se solitário e isolado em sua própria residência”.
A família deve contribuir para que o profissional da saúde mantenha a mente limpa e saudável neste momento delicado. Segundo a psicóloga, compreensão e adaptação são os principais tópicos.
“Os primeiros sinais de que algo não vai bem em nossa saúde mental são insônia, tristeza, falta de vontade de ir trabalhar, cansaço extremo e ansiedade”, alerta a especialista. “A depressão é uma doença com muitas nuances e sintomas, e o primeiro passo é identificar se algo está atrapalhando sua rotina diária. O Conselho Federal de Psicologia liberou o acesso à psicoterapia online, que é um bom recurso para momentos em que encontros presenciais são limitadas”.
Desligar do trabalho
A psicóloga sugere que o profissional tenha momentos de descanso para a mente e mantenha contato com a família. Se tiver filhos, é recomendável evitar assuntos delicados sobre o tratamento da Covid-19. “Crianças muito pequenas não precisam saber detalhes sobre número de óbitos e principais sintomas. Os adolescentes já podem ter contato com mais informações, para que dúvidas sejam esclarecidas”, afirma Cabana.
“Nas horas vagas, é importante não fazer nada que tenha relação ao trabalho”, finaliza a especialista. “Simplesmente tentar desligar da realidade da pandemia nos momentos de folga”.
Fonte: Saúde IG