Assédio moral no trabalho pode causar depressão admin-prontobaby abril 24, 2018

Assédio moral no trabalho pode causar depressão

Um bom ambiente de trabalho está diretamente ligado à boa saúde do funcionário. Pesquisas mostram que o mau relacionamento entre patrão e empregado pode desencadear transtornos mentais graves. O chamado assédio moral é um dos motivos da depressão, que afasta cerca de 75 mil trabalhadores da função, segundo dados da Previdência Social de 2016. Segundo a Organização Mundial da Saúde, até 2020, essa será a doença mais incapacitante do mundo.

— O pouco controle sobre o ritmo de trabalho, associado a cobranças agressivas, ambientes competitivos e falta de recompensas adequadas ao nível de dedicação trazem, além de insatisfação, grande angústia e ansiedade para o dia a dia do trabalhador. Afetam, assim, o seu desempenho profissional, as relações sociais e a sua saúde física e mental — diz Erick Petry, médico psiquiatra do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro.

Ser alvo de piadas, receber “castigos” do patrão ou passar por vários tipos de constrangimento não faz bem a ninguém. Mas será que só assédio moral no trabalho pode desencadear depressão e ansiedade em todo mundo? De acordo com a psicóloga Laura França, que é gerente de Recursos Humanos do Grupo Prontobaby, é necessário que haja uma predisposição do indivíduo ou um acúmulo de fatores.

— Temos que considerar que pode haver uma predisposição genética ou também que a pessoa pode estar passando por vários problemas ao mesmo tempo.

O preconceito contra a depressão é um dos fatores que dificultam o diagnóstico e o início do tratamento.

— Vivemos em uma sociedade na qual devemos estar felizes o tempo inteiro. Existe uma dificuldade enorme de pedir ajuda — afirma Laura.

Quanto antes o tratamento for iniciado, menor será o efeito da depressão sobre a mente e o corpo do paciente.

— Quando a pessoa está deprimida, ela tem alterações nos neurotransmissores que alteram os hormônios, provocando um aumento de cortisol, que, a médio prazo, eleva as chances de enfarte ou derrame — alerta Erick.

O tratamento é multidisciplinar e inclui orientação de psicólogo e psiquiatra. Dependendo do caso, é necessário fazer uso de antidepressivos. Ao perceber sintomas como insônia, alterações no apetite, irritabilidade e falta de vontade de fazer atividades prazerosas procure ajuda profissional.

Link original | Evelin Azevedo para Jornal Extra | 24/04/2018

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