No Rio de Janeiro, uma mãe recebeu uma notificação do condomínio onde mora porque seus filhos gêmeos, de 2 anos, estavam chorando demais. O caso foi publicado por ela no Facebook e causou revolta nas redes sociais. Afinal, o choro é algo mais do que comum em bebês e crianças menores.
Segundo a mãe, Luciana Krull, os gêmeos Lucas e Gabriel estavam com pneumonia, otite e bronquite, por isso, as crise de choro dos meninos.
Embora algo já esperado pelos pais, o berreiro, principalmente em recém-nascidos, causa preocupação e não faltam razões que coloquem o instinto de detetive deles em ação. Mas se você acha que existe fórmula mágica na hora de distinguir o choro dos bebês, a pediatra Patrícia Rezende, do grupo Prontobaby, diz que não é bem assim.
“Descobrir a causa do choro, muitas vezes, é um trabalho de tentativa e erro. Muito bonito na teoria é achar que, pelo barulho, você consegue identificar o verdadeiro motivo, mas na prática vem o choro da fralda molhada junto com as lágrimas do sono e da fome. Bem-vindos à vida real”, comenta.
É importante levar em consideração a idade da criança. Recém-nascidos, com até três meses de vida, estão em período de exterogestação, como se fosse o quarto período gestacional, só que fora da barriga da mãe. O bebê nasce absolutamente dependente e por um determinado tempo após o parto, enquanto se desenvolve, precisa de mais apoio.
“Os primeiros 90 dias são como se a criança ainda estivesse sendo gestada. Ela se assusta com barulho e luminosidade, além de não estar acostumada a sentir calor, frio e fome. Todas essas sensações são muito novas e o choro pode ser por uma dessas causas”, explica a pediatra.
Mas o que fazer nessas horas? A pediatra listou uma série de ações que os pais de primeira viagem ou não, podem seguir. Atenção para as dicas:
Choro de aconchego
O cueiro, aquele tecido de flanela que serve para enrolar a criança, pode se tornar o seu melhor amigo. Isso porque, ao nascer, seu filho tem um reflexo primitivo e se assusta com o que está ao redor. Mantê-lo enrolado simula a sensação de afago que ele tinha na barriga da mãe e o ajuda a dormir melhor.
Choro em movimento
Lembre-se: quando ainda estava na barriga, o bebê era mantido em movimento, já que você não ficou nove meses estática. Portanto, dar uma leve ninada em seu filho pode acalmá-lo quando estiver deitado e começar a chorar.
Choro tem hora
Devemos observar o horário do choro. Se for sempre à noite, pode ser que a criança não esteja dormindo o necessário. Isso explica o cansaço no fim do dia, com o adulto com sono acumulado. O bebê pode sofrer com efeito vulcânico: como se um vulcão estivesse ali acumulando cansaço o dia todo para entrar erupção à noite. Antes de chegar a essa conclusão, é importante observar se o xixi e as fezes estão normais e se o seu o bebê está ganhando peso adequadamente, para eliminar outras causas orgânicas.
Quando eles perdem o choro
Algumas crianças podem, durante crises de choro, inspirar e prender involuntariamente a respiração, podendo até desmaiar. Apesar de rápido, o episódio é apavorante para os pais. Nesse momento, é preciso manter a calma e permanecer ao lado do filho, mantendo-o deitado, se possível. Atitudes como molhar o rosto ou pulsos do bebê, dar água ou sacudi-lo devem ser evitadas.
Quando isso acontecer, é importante que a mãe comunique ao pediatra para que ele verifique se foi realmente uma crise de perda de fôlego ou se tem algo por trás. Os pais podem tentar distrair a atenção dos pequenos para evitar novas crises.
Choro de fome
É comum ter dificuldade para alimentar seu filho nos primeiros dias, já que vocês dois ainda estão aprendendo a lidar com a amamentação. O bebê entende a fome quase como uma dor, mas, antes de abrir o berreiro, ele manda alguns sinais e é possível identificá-los. Abrir e fechar as mãos, chupar o dedo, esticar-se e aumentar os movimentos do corpo são alguns alertas que a mãe pode perceber. Se o bebê já estiver chorando, com movimentos corporais acelerados e coloração avermelhada, é aconselhável acalmá-lo antes de alimentá-lo.
Fonte: Catraca Livre