Muitos colégios voltam às aulas amanhã, após uma semana de recesso em decorrência do carnaval. Durante esse período, o Brasil confirmou seus dois primeiros casos do novo coronavírus — ambos em São Paulo — e o número de casos suspeitos disparou. Por conta disso, algumas escolas estão se preparando para elevar o nível de higiene de seus alunos, principalmente das mãos.
No Rio, a Secretaria municipal de Educação informou que “vai reforçar o abastecimento de álcool-gel, já fornecido para alunos e funcionários da unidades escolares da rede” e que “os professores, a partir de orientações do Ministério da Saúde, vão atuar juntamente com os alunos como multiplicadores, repassando o conteúdo sobre formas de prevenção e monitorando a comunidade escolar”.
Já a Secretaria estadual de Educação afirmou que “orientou todas as unidades da rede a comprarem e instalarem dispensers de álcool-gel nas escolas” e recomenda que, “em caso de febre e algum sintoma respiratório”, o aluno deve “procurar avaliação por profissional de saúde antes de frequentar a escola”.
De acordo com especialistas, não há motivos para entrar em pânico com o panorama atual do Brasil em relação ao vírus.
— Temos dois casos. Isso serve de alerta, e não de pânico. O melhor a fazer agora é evitar o contato muito próximo e higienizar, com frequência, as mãos com água e sabão ou álcool-gel — orienta Gustavo Campana, diretor médico do laboratório Sérgio Franco, que integra o grupo Dasa.
A médica Patricia Rezende, pediatra do Prontobaby, reforça a importância de ensinar às crianças e adolescentes a maneira correta de lavar as mãos:
— A lavagem deve durar, no mínimo, 20 segundos. Tem que lavar a palma e o dorso da mão, entre os dedos e até o meio do antebraço.
De acordo com Gustavo, a escola e as famílias devem ficar atentas a qualquer sintoma característico do coronavírus (febre, tosse, coriza ou outro sintoma respiratório, como falta de ar), caso o estudante tenha viajado ou entrado em contato com alguém que viajou para países onde o surto está ativo.
— Nestes casos, o aluno não deve ser enviado à escola. Ele precisa ser mantido em isolamento domiciliar mesmo antes de ter o diagnóstico confirmado ou descartado — indica o médico.
Segundo Patricia, esta faixa etária tem mais dificuldade em seguir as recomendações de etiqueta de higiene.
— Temos que reforçar essas medidas de precaução, que são as mais eficazes. Estamos prestes a iniciar o outono, período em que é normal o aumento da transmissão de doenças respiratórias, elevando a chance do número de casos crescer no Brasil — completa a pediatra.
Como se prevenir
Lave bem as mãos
A lavagem deve durar, pelo menos, 20 segundos. É preciso lavar a palma e o dorso da mão, entre os dedos e até o meio do antebraço com água e sabão
Álcool em gel como alternativa
Quando não houver possibilidade de lavar as mãos, use um pouco de álcool em gel para desinfectar a área
Tosse e espirro, onde mora o perigo
É importante que os pais ensinem a seus filhos a etiqueta da higiene, que consiste em levar o nariz e a boca para a dobra do cotovelo no momento em que for espirrar ou então usar um lenço descartável para conter as gotículas que saem destas duas regiões. Após o uso, o lenço deve ser jogado fora. Já os braços, devem ser lavados
Cuidado onde toca
Oriente seus filhos a evitarem tocar diretamente em maçanetas e corrimãos enquanto estiverem na escola ou em outro lugar com grande aglomeração de pessoas. Uma opção é usar um lenço descartável para tocar nestes locais. Se não for possível evitar o contato, oriente que eles lavem bem as mãos ou usem álcool em gel
Atenção no transporte
Caso seus filhos cheguem ao colégio de transporte público como ônibus, trem ou metrô, oriente que eles sempre lavem as mãos ou usem álcool em gel assim que possível, pois estes ambientes acumulam muitos vírus e bactérias por serem tocados por várias pessoas
Desinfecte os utensílios
Se algum colega da escola do seu filho for diagnosticado com coronavírus, é importante que o material escolar passe por uma desinfecção, que pode ser realizada até mesmo dentro de casa. A limpeza pode ser feita com álcool 70%, água sanitária ou água e sabão
De olho no celular
Os adolescentes não desgrudam de seus celulares, que muitas vezes caem no chão, são levados para o banheiro e estão em constante contato com as mãos. Os aparelhos devem ser higienizados com álcool em gel 70%. É importante limpar também as capinhas
Evite contato próximo
A Organização Mundial da Saúde tem orientado que, nos países de transmissão ativa do coronavírus, se evite o contato próximo, como beijos, abraços e apertos de mãos. Se os casos confirmados da Covid-19 aumentarem no Brasil, será preciso mudar um pouco esta prática, tão comum entre as crianças e adolescentes.
Fonte: Extra