Especialista explica quais procedimentos devem ser realizados em casos de lesões, o que evitar e quando procurar atendimento médico. Confira!
Uma criança de 6 anos sofreu queimaduras provocadas por uma caravela-portuguesa enquanto tomava banho de mar na Praia do Francês, em Marechal Deodoro, na tarde da última segunda-feira (13). O Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL) informou que a vítima foi atendida pelos salva-vidas de plantão no local. Segundo o órgão, os primeiros socorros incluíram a orientação para evitar o toque na área afetada e a limpeza com vinagre. Após o atendimento inicial, a criança foi liberada aos cuidados dos responsáveis, sem necessidade de encaminhamento para uma unidade de saúde.
Para entender como os responsáveis devem agir em casos como esse, a CRESCER conversou com Diogo Marinho Perrone, cirurgião plástico do Grupo Prontobaby, do Rio de Janeiro. Os principais sinais de contato com uma caravela-portuguesa incluem dor intensa imediata, marcas vermelhas ou lesões na pele em formato de fio, inchaço e coceira. Em casos graves, podem surgir náusea, vômito, tontura e dificuldade para respirar. “Os pais devem ficar atentos a esses sinais e agir rapidamente para evitar complicações”, alerta o médico.
Primeiros socorros
Segundo o especialista, as lesões provocadas por uma caravela-portuguesa exigem atenção rápida e procedimentos corretos de primeiros socorros. Por isso, em caso de queimadura, é importante:
- Afastar a criança da água imediatamente;
- Remover tentáculos grudados com pinça ou objeto rígido, evitando usar mãos desprotegidas;
- Lavar a área afetada com água do mar fria;
- Evitar esfregar a área com areia ou toalha;
- Não utilizar urina e ou outros líquidos, como água doce, refrigerante ou água de coco, pois podem agravar a situação ao difundir a toxina liberada pelo animal.
De acordo com Perrone, a água do mar é indicada, pois mantém as células urticantes do animal inativas. A água doce e potável deve ser evitada, pois pode romper nematocistos remanescentes, organelas que podem permanecer na pele após um contato com águas-vivas ou caravelas e liberar mais toxinas. “Essa diferença é fundamental para evitar o agravamento da queimadura,” destacou o médico.
As caravelas possuem tentáculos mais longos, e suas queimaduras são mais dolorosas e severas. Já as águas-vivas comuns causam queimaduras mais localizadas e menos intensas. “As caravelas também podem provocar reações sistêmicas graves, como choque anafilático,” alertou o especialista.
Quando procurar atendimento médico
É necessário buscar ajuda médica em casos de:
- Dor intensa e persistente;
- Reações alérgicas, como dificuldade para respirar ou inchaço generalizado;
- Desmaios, tontura ou vômitos frequentes;
- Febre, calafrios ou sinais de infecção na pele;
- Queimaduras em crianças pequenas, idosos ou pessoas com histórico de alergias.
Como saber se há presença de caravelas no mar
A presença de caravelas pode ser indicada por bandeiras roxas em algumas praias. Essas bandeiras também alertam sobre outros organismos marinhos perigosos. Em dias de vento forte ou maré alta, a probabilidade de encontrar águas-vivas e caravelas aumenta. “É importante verificar avisos locais e conversar com salva-vidas antes de entrar no mar,” aconselhou Perrone.
O que levar para a praia para um kit de primeiros socorros
De acordo com o cirurgião plástico, manter uma pequena caixa de primeiros socorros adaptada para a praia pode ajudar na prevenção de complicações. O médico aconselha levar:
- Vinagre, indicado para queimaduras de algumas águas-vivas;
- Pinça ou cartão rígido para remoção de tentáculos;
- Soro fisiológico para limpeza;
- Analgésicos (paracetamol ou ibuprofeno) para alívio da dor;
- Pomadas cicatrizantes prescritas por médicos.
Matéria publicada pelo site Globo.com
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