A saúde suplementar do Rio de Janeiro vive um momento crítico. O Grupo Prontobaby e a Rede Casa suspenderam imediatamente todos os atendimentos destinados a beneficiários da Unimed Ferj, interrompendo emergências, cirurgias eletivas, exames laboratoriais e de imagem, consultas ambulatoriais e tratamentos essenciais — incluindo novos pacientes para tratamento oncológico adulto e pediátrico.
A decisão, comunicada em 17 de novembro de 2025, envolve 13 hospitais, serviços de pronto-atendimento, duas empresas de assistência domiciliar e unidades de remoção médica.
A medida ocorre diante de uma inadimplência que ultrapassa R$ 240 milhões, acumulada ao longo de aproximadamente um ano e meio.
Uma decisão dolorosa: compromisso com a vida, mas sem condições de sustentar a operação
Embora necessária, a decisão do Grupo Prontobaby e da Rede Casa foi tomada com profundo pesar. Ambos reforçam que esta nunca foi a escolha desejada, mas tornou-se inevitável diante do cenário:
“Estamos tristes com o acontecimento. Nosso compromisso é com a vida, e esta foi uma decisão que não gostaríamos de ter tomado. Mas a situação é extremamente crítica — não temos mais oxigênio para manter o atendimento sem os repasses financeiros.”
Os grupos também destacam sua empatia com os beneficiários:
“Sabemos que as pessoas pagam seus convênios e não têm culpa. Seguramos essa situação por muito tempo, enfrentando mês após mês a piora dos atrasos. Mas chegamos ao limite.”
O impacto da crise se estende muito além das unidades hospitalares:
- profissionais da saúde
- equipes multidisciplinares
- colaboradores administrativos
- fornecedores e empresas parceiras
- famílias inteiras que dependem da continuidade da operação
É uma crise que afeta a vida de milhares — pacientes e trabalhadores.
Unimed Brasil assumirá apenas atendimentos realizados após 20 de novembro — e pagará somente em fevereiro 2026
Outro agravante torna o cenário ainda mais insustentável:
A Unimed Brasil assumirá apenas os atendimentos realizados a partir de 20 de novembro, e os repasses financeiros referentes a esses atendimentos só serão feitos a partir de fevereiro do próximo ano.
Ou seja:
- até fevereiro, nenhuma receita entraria para manter a operação;
- atendimentos realizados antes de 20 de novembro permanecem descobertos;
- a dívida anterior — já gigantesca — continua sem solução;
- não há garantias concretas de continuidade nos pagamentos.
Para estruturas complexas e de alta demanda, como as do Grupo Prontobaby e da Rede Casa, essa lacuna é absolutamente impraticável.
A soma dos fatores — dívida acumulada, ausência de repasses e atraso até fevereiro — gera uma crise inimaginável, que compromete a sustentabilidade das redes e afeta milhares de profissionais e suas famílias.
Mais de 12 mil pacientes afetados por mês
A suspensão dos serviços impacta diretamente mais de 12 mil pacientes mensais, tanto adultos quanto pediátricos.
Serviços interrompidos
- Atendimento adulto e pediátrica
- Cirurgias eletivas
- Consultas ambulatoriais
- Exames laboratoriais
- Exames de imagem
- Novos pacientes para tratamento oncológico
- Assistência domiciliar (home care)
- Remoção médica
- Pronto-atendimento
São áreas essenciais, muitas delas de caráter contínuo ou crítico, especialmente no caso dos tratamentos oncológicos.
Órgãos fiscalizadores foram oficialmente notificados
No dia 16 de novembro de 2025, o Grupo Prontobaby e a Rede Casa notificaram:
- Ministério Público Estadual
- Ministério Público Federal
- ANS
- Cremerj
- Defensoria Pública
- PROCON
- Unimed Ferj
A medida busca garantir total transparência e mobilizar apoio institucional diante da desassistência iminente.
“Não queremos deixar ninguém sem atendimento” — o esforço continua
Em comunicado, representantes das redes enfatizam que seguem buscando alternativas:
“Estamos em contingência de atendimento, buscando uma solução para não deixar os pacientes em risco. Nossa estrutura envolve 13 hospitais, duas empresas de assistência domiciliar, um pronto-atendimento e o serviço de remoção.”
Mesmo com o cenário crítico, os grupos reforçam que permanecem abertos ao diálogo e à construção de uma solução responsável.
Orientações para beneficiários da Unimed Ferj
- Entre em contato com a Unimed Ferj para orientações sobre outras unidades credenciadas.
- Registre protocolos de atendimento e solicitações.
Acione a ANS e o PROCON se houver negativa ou ausência de solução.
Conclusão: uma urgência que exige responsabilidade imediata
A suspensão dos atendimentos da Unimed Ferj pelo Grupo Prontobaby e pela Rede Casa acende um sinal vermelho para a sustentabilidade das relações entre operadoras de saúde e instituições hospitalares. O cenário expõe fragilidades profundas em um sistema que deveria, acima de tudo, proteger vidas.
Com uma dívida que ultrapassa R$ 240 milhões e mais de 12 mil pacientes afetados mensalmente, o equilíbrio da saúde suplementar no estado do Rio de Janeiro está diretamente ameaçado. A continuidade da assistência — especialmente em áreas críticas como urgência, oncologia e cuidados pediátricos — permanece comprometida enquanto não houver regularização financeira e garantias contratuais claras.
A inadimplência prolongada, somada à ausência de repasses imediatos e à previsão de que novos pagamentos só ocorreriam a partir de fevereiro, cria um vazio operacional impossível de sustentar. Não se trata apenas de números: trata-se de vidas, de famílias, de profissionais dedicados e de toda a cadeia de saúde que depende de funcionamento contínuo e seguro.
O risco atinge:
- pacientes, que necessitam de atendimento digno e contínuo
- trabalhadores, que dedicam suas vidas ao cuidado
- familiares, que confiam na estrutura assistencial
- toda a rede de saúde, que sofre efeitos em cascata
Este é um momento que exige transparência, responsabilidade e ação imediata.
Porque, no centro de tudo, há algo que não pode esperar e não pode ser comprometido: a vida.
Respostas para as principais dúvidas (FAQ)
1. A suspensão dos atendimentos da Unimed Ferj já está valendo?
Sim. A suspensão foi ativada na noite de 17 de novembro de 2025 e tem efeito imediato.
2. Quais serviços foram interrompidos?
Atendimento adulto e pediátrico, cirurgias eletivas, consultas ambulatoriais, exames laboratoriais, exames de imagem, assistência domiciliar (home care), remoção médica, pronto-atendimento (emergências)
3. Quem está sendo afetado?
Beneficiários adultos e pediátricos do Sistema Unimed (Ferj e intercâmbio).
4. Há previsão para retorno?
Ainda não. A suspensão continua até que a Unimed Ferj regularize os débitos e apresente garantias formais.
4. O que acontece com os pacientes internados e cirurgias já marcadas?
Continuamos investindo e dando assistência a todos os pacientes já internados procedimentos de urgência agendados, mas caso não haja uma solução sustentável, precisaremos que a Unimed Fierj disponibilize novos leitos para estes pacientes. Esperamos não precisar chegar a este ponto.
5. O que os pacientes devem fazer agora?
Procurar a Unimed Ferj, registrar protocolos e verificar alternativas de atendimento em outras redes credenciadas.



