Certamente você já ouviu falar em empatia. Pela definição do dicionário, trata-se da “tendência para identificar-se com outra pessoa, sentindo o que sentia se estivesse no lugar dela”. De maneira mais clara, é a ação de se colocar no lugar de alguém, agindo ou pensando como ele ou ela e vendo as coisas pela sua perspectiva, pelos seus olhos.
Considerada uma habilidade socioemocional fundamental para o convívio social, sobretudo na atualidade, a empatia, aponta a psicóloga Christiane Reis, do grupo Prontobaby, não é uma capacidade com a qual já se nasce, mas que precisa ser aprendida e cultivada. “Trata-se de um hábito, como escovar os dentes e fazer exercício, que tem de ser estimulado e trabalhado desde cedo, nos primeiros anos de vida, tanto em casa quanto na escola”, acrescenta.
A especialista explica que é na primeira infância, período que vai do nascimento até os seis anos, que o cérebro passa pelo maior número de sinapses (conexões neurais), criando uma janela de oportunidade para todo tipo de aprendizado. “A criança tem o cérebro plástico, portanto, quanto mais estimulada for, mais vai absorver.”
Mas no caso da empatia, como exatamente isso pode ser feito? A psicóloga Bia Sant’Anna, especialista em Neuropsicologia e professora dos cursos de pós-graduação do Centro de Terapia Cognitiva Veda, diz que para conseguir desenvolvê-la, antes de tudo os pequenos têm de entender as suas próprias emoções.
“É difícil se colocar no lugar do outro e imaginar o que ele sente e pensa sem saber identificar, distinguir e compreender os sentimentos, os bons e os ruins, como raiva, ansiedade, alegria e tranquilidade”, analisa. “E cabe aos pais e responsáveis ajudar as crianças nesse processo, com acolhimento e aceitação, ao invés de crítica e julgamento”, acrescenta.
A especialista destaca que meninos e meninas costumam repetir comportamentos e exemplos que observam e presenciam dentro de casa. “Se eles têm por perto adultos de referência que agem de forma empática, vão aprender natural e instintivamente a agirem assim também.”
Benefícios da empatia
Pesquisas e estudos realizados mundo afora têm mostrado que a empatia interfere positivamente na saúde e na vida. Do ponto de vista pessoal, o ser empático consegue lidar melhor com as adversidades, é mais feliz, constrói relações mais positivas, duradouras e fortes e sofre menos com problemas emocionais e físicos. Fora isso, essa habilidade prepara melhor as pessoas para viverem em um mundo globalizado e cada vez mais tecnológico, as ajudam a ter mais sucesso profissional e contribui para a construção de sociedades mais solidárias.
Reflexão e literatura
Mais uma dica para que os pequenos entendam a opinião e os sentimentos do outro é estimular o convívio social com pessoas que tenham ideias e valores diferentes dos deles. “Isso é importante para provocar o deslocamento do próprio umbigo e fazer com que enxerguem as adversidades”, relata Bia, que recomenda ainda a participação em atividades colaborativas. “Tirá-los um pouco do lugar de quem recebe e colocá-los no lugar de quem serve e doa, também contribui para o aprendizado da empatia.”
Junto a isso, Christiane recomenda a realização de exercícios de reflexão. Diante de uma determinada situação, real ou imaginária, vivenciada por alguém, ela relata que é possível fazer vários questionamentos à criança. Por exemplo: o que acha que a pessoa está sentindo e pensando? Por quê? Como poderia ajudá-la? “Os livros são ferramentas poderosas nesse sentido, pois possibilitam viver e ver pelos olhos dos personagens”, afirma.
Segundo a psicóloga, participar de trabalhos em grupo, praticar esportes coletivos e fazer teatro ou qualquer atividade, inclusive brincadeiras, que envolvam a coletividade, também são ações importantes nesse processo.
TUTORA
Como os tutores usam a empatia para adquirir o sucesso esperado?“Não é nada simples esse papel, entender a necessidade do aluno, da família e se colocar no lugar deles, entender onde podemos ajudar. O âmbito escolar é o nosso foco, mas não apenas ele. Nós tutores, quando estamos com o aluno, queremos entender e compreender a ‘causa’ dos problemas e dificuldades, para podermos trabalhar o aluno como um todo, pois, se não for trabalhada a causa, de nada irá adiantar. Sendo assim, eu, como tutora, mãe, amiga e apaixonada pela educação, viso a avaliar, juntamente com a família e a escola, o porquê de o aluno estar com determinada dificuldade e assim poder resolvê-la, para que o ambiente escolar se torne algo legal, alegre, divertido e, acima de tudo, agradável.”
Amanda Pereira do Vale, tutora de Matemática e Física
da Tutores Uberlândia (MG)
CLIENTE
O que acontece com as crianças que não desenvolveram a empatia?“Nas crianças que não desenvolveram empatia geralmente aparecem fatores de risco para comportamentos antissociais de agressividades e violências. Com isso seu rendimento emocional e cognitivo fica falho, trazendo para sua vida dificuldades, limitações e baixa autoestima. Os tutores conseguem, no exercício afetivo e cognitivo e com todo o seu conhecimento, preparação e disposição, se empenharem em desenvolver potencialidades e motivações, diminuindo suas dificuldades e bloqueios, mostrando sua competência em seu contínuo aprendizado.”
Iandara Regina Aguiar de Meneses, terapeuta ocupacional
e cliente da Tutores Uberlândia (MG)
Fonte: Editora Lamonica